“Estamos muito felizes, ficamos fora de nós”, escreveu Gabriel Abrantes na mensagem que enviou ao Insider, na sequência do prémio Nespresso, indicado para o melhor filme da Semana da Crítica. “O júri disse que é um prémio para um filme que não tem medo de arriscar, cómico – mas que também é comovente e político. Estou muito feliz !!!!”
Recorde-se que ‘Diamantino’ foi o filme que abriu a sessão da Semana da Crítica e que logo mereceu o nosso melhor comentário. Bem como o rasgado aplauso e apoio de Charles Tesson, o diretor dessa secção paralela, ao afirmar que “havia assinado pelo clube Diamantuino FC”.
Com ‘Diamantino’ Gabriel Abrantes e Daniel Schmidt traçam um estudo incisivo e igualmente hilariante sobre o culto da personalidade daqueles que se excedem nas suas capacidades e se aproximam de seres sobredotados.
A ideia surgiu a partir do estudo do autor David Foster Wallace, como Abrantes referiu na nossa entrevista em Janeiro passado, em Berlim, em particular o que escreveu sobre ténis e a relação do génio estético e desportivo.
Naturalmente, a proximidade evidente a Cristiano Ronaldo é por demais evidente, de resto, no impressionante trabalho de Carloto Cotta, embora toda a equipa tenha frisado que essa proximidade com o maior astro do futebol serviu apenas para ir um pouco mais além.
É o reconhecimento da diversidade do cinema português. E que poderá não ficar por aqui, já que ‘Diamantino’ concorre ainda para a Câmara de Ouro, prémio para a melhor primeira longa.
Para além disso, ainda ontem, quarta-feira, dia 17, vimos o deslumbrante filme de João Salaviza e da sua companheira Renée Nader Messora, ‘Chuva é Cantoria na Aldeia dos Mortos’, sobre a comunidade dos índios Krahô, recebido com um sentido e prolongado aplauso na aprsentação na secção competitiva Un Certain Regard.
É esta a força do cinema português em Cannes.
