As Ilhas Encantadas, um filme do luso-francês Carlos Villardebó, com Amália Rodrigues, será apresentado, em estreia mundial, no próximo Festival Lumière, a decorrer entre 14 e 22 de Outubro, em Lyon, conforme comunicado da Cinemateca Portuguesa – Museu do Cinema.
O filme integra a secção Tesouros e Curiosidades, um segmento da Lumière Classics, dedicada à recuperação de filmes esquecidos, ou pouco conhecidos. Aliás, como é o caso deste projeto realizado em 1965 – aliás, a única longa de Villardebó – apesar de ter ganho uma Palma de Ouro em 1961, em Cannes, com a curta La Petite Cuillère. Desta feita, o público de Lyon, a cidade onde nasceu o cinema – bem como o português, a partir do início do próximo ano – poderão testemunhar ou redescobrir um trabalho pouco conhecido (e até mesmo mal amado) em Portugal.
Trata-se até de uma oportunidade rara de apreciar a dimensão interpretava e misteriosa de Amália Rodrigues, devidamente envolta num ambiente onírico e luminoso encenado por Villardebó. Amália que, na altura, reconhecera ser este o seu melhor trabalho em cinema.
Realizado em 1965 e produzido por António da Cunha Telles, As Ilhas Encantadas foi alvo de um recente restauro digital, no âmbito do projeto FILMar, dedicado à preservação, digitalização e difusão do património fílmico relacionado com o mar.
A digitalização e o restauro foram supervisionados pela Cinemateca Portuguesa – Museu do Cinema, gerando uma nova cópia a partir da digitalização 4K (de um internegativo de imagem de 35mm e de um positivo de som), materiais produzidos aquando do restauro do filme feito pela Cinemateca em 2007, como refere o comunicado da Cinemateca.
Já este ano, a correção de cor e o restauro digital foram elaborados pela Cineric Portugal – por sinal, um momento que tivemos a oportunidade de testemunhar. O restauro digital do som foi feito pelo Estúdio BillyBoom em 2023.
