Quinta-feira, Abril 25, 2024
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Cannes: Mão-cheia de cinema português

 Cristèle Alves Meira, João Pedro Rodrigues, Tiago Guedes, João Gonzalez e Falcão Nhaga confirmam momento de tremenda criatividade

Depois do festival de Berlim ter abraçado uma das mais robustas embaixadas de cinema luso dos últimos anos – não só em quantidade, mas sobretudo em qualidade (vide cobertura) -, eis que as diferentes secções do Festival de Cannes apresentam igualmente valiosos argumentos de cinema feito em português. Nada menos que uma mão-cheia de talentos onde se nota sobretudo a marca da diversificação. Quer na Secção Especial, como ainda nas secções paralelas da Quinzena dos Realizadores e da Semana da Crítica. A 75ª edição do Festival de Cannes decorre de 17 a 28 de Maio próximo.

Primeiro as damas. Como não ficar em suspenso na expectativa de conhecer os segredos e fantasmas escondidos em Alma Viva, a nova deriva efabulada de Cristèle que se concretiza na sua primeira longa? Ela que é apenas uma confirmação em Cannes, na Semana da Crítica, pois foi ali que esta jovem portuguesa, nascida em França, apresentou a curta Campo de Víboras, em 2016, e também Invisível Herói, em 2019. Com a particularidade do seu cinema manter uma afinidade umbilical à Trás-os-Montes, ou mais concretamente à sua vila de Vimioso.

‘Restos do Tempo’, de Tiago Guedes (Leopardo Filmes)

Tiago Guedes conquistou também um lugar em Cannes, mais concretamente na Secção Especial, embora não competitiva, com o drama Restos do Vento, numa nova produção de Paulo Branco e uma vez mais com protagonismo de Albano Jerónimo. Isto depois de ter já passado por Berlim (com a curta O Raio, 2004) e Veneza (A Herdade, 2019). Desta vez, interpela-nos com as recordações funestas de um conjunto de adolescentes que, duas décadas mais tarde, acaba por se confrontar com o seu próprio passado.

Quem também não é estranho a Cannes é João Pedro Rodrigues, que vê o erotismo musicado de Fogo-Fátuo selecionado para a Quinzena dos Realizadores. Isto mais de duas décadas depois de apresentar Morrer Como um Homem (2009). Claro que tudo se poderá esperar desta “fantasia musicada” ambientada num quartel de bombeiros.

‘Mistida’, de Falcão Nhaga (estc.ipl)

Há que contar ainda com a presença do jovem Falcão Nhaga, de 22 anos, que apresentará no programa da Cinéfondation a curta Mistida, realizada pelo em contexto da Escola de Superior de Teatro e Cinema, bem como a animação de João Gonzalez, um verdadeiro salto para o abismo do insólito Ice Merchants, onde pai e filho que todos os dias cumprem o ritual de saltar de para-quedas, do cimo da uma casa gelada para vender o gelo produzido durante a noite.

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