Terça-feira, Abril 23, 2024
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Este júri segue a religião do cinema

São os sete, os membros do júri da seleção oficial da Berlinale. Da discussão entre eles sairão os prémios revelados no dia 16, nesta edição mais apertada que o normal, com o objectivo claro de reduzir os contágios pela maleita do covid. Mas sem deixar de celebrar o cinema. E, por que não, como se de uma verdadeira religião se tratasse.

Eles são Tsitsi Dangaremba, a primeira realizadora do Zimbabué, o mega produtor francês de origem tunisina, Said Ben Said, com responsabilidade nos trabalhos de Brian De Palma, David Cronenberg, Paul Verhoeven e tantos outros, a actriz dinamarquesa Connie Nielsen, o cineasta japonês, de quem se fala, Ryusuke Hamaguchi, um dos principais cabritados aos Óscares deste ano, a alemã Anne Zhora Berrached e o brasileiro Karim Ainoiuz. A eles cabe a tarefa de ver os 18 filmes da competição e decidir os vários Ursos de Prata e o de Ouro.

Foi na conferência de imprensa desta manhã que esse lado de cinema como religião saiu reforçado. Foi o produtor Said Ben Said quem lançou a primeira pedra ao dizer que “sou uma pessoa muito religioso e o cinema foi sempre uma religião. Vejo muito filmes em casa, como homem religioso. Mas, para mim, a igreja e o lugar para ver filmes, é a sala de cinema”.

Uma ideia defendida também pelo Presidente M. Night Shyamalan, ao referir o momento após ver Os Salteadores da Arca Perdida, tomando a decisão de seguir a religião do cinema. Connie também sempre viveu essa religião em casa, pois a sua família dirigiu cinemas e sempre esteve ligada a essa indústria, confessando mesmo que o seu pecado original foi ver Christiane F, do Uli Edel.

A ideia foi prolongada por Hamaguchi, ao referir que o seu filme de mudança foi o Regresso ao Futuro 2. Ele que era introvertido, mas esse filme fez dele uma pessoa mais sociável e a descobrir o cinema por essa via.

Por fim o brasileiro Karim Ainouz, o filho de uma mãe solteira, que s libertou pelo cinema, sobretudo pelo menear de John Travolta em Febre de Sábado à Noite. Sempre que posso incluo sempre nos meus filmes um momento musical e com dança. Para mim é muito importante.” Sim, como uma religião.

Aguardemos apenas que todos estejam em sintonia no acto religioso de escolher do melhor filme da competição. Na próxima quarta-feira saberemos.

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