Quinta-feira, Março 28, 2024
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The Golden Glove: Fatih Akin recorda o passado ao explorar a visão mais grotesca da violência sexual feminina

O novo filme de Fatih Akin produziu uma imensa multidão em histeria que aguarda o realizador no momento em que chegava para a sessão oficial de The Golden Glove, na Berlinale. Contudo, o movimento contrário aconteceu com os muitos que abandonaram a sala incapazes de lidar com a carga de violência que transpira da reencarnação dos macabros homicídios ocorridos no bairrro St. Paul em Hamburgo nos anos 70. Foi aí que Frank Honka, sem razão que se conheça, molestou, violentou e esquartejou diversas mulheres da má vida que vegetavam nessa espelunca povoada de bêbedos e prostitutas.

Digamos que comparado com o Golden Glove, o Cabaret Maxim, ou o bar mais degradado do Cais do Sodré nos piores anos era um espaço de requinte. Até porque é com requinte que Akin trabalha todo este universo. Desde a figura repelente do próprio Honka, honras sejam feitas ao trabalho de Jonas Dessler, a todos os décors.

Mas é claro que foi muito difícil de ignorar a omnipresença da última tirada Lars von Trier, em roda livre no universo do lado mais gratuito da violência. Aqui, ao menos, há muito mais cinema, mesmo que nos interroguemos do motivo para fazer este filme.

Talvez a vontade de adaptar o romance policial de Heinz Strunk, de 2016, e até, quem sabe, sugerir uma reflexão sobre a violência sexual (ou outra) sobre as mulheres, tema tão caso à Berlinale 69. Ficamos com o cinema e a brutalidade.

 

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