Quinta-feira, Março 28, 2024
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Rita Azevedo Gomes e Carlos Conceição mostram a força do cinema português no Fórum da Berlinale

Rita Azevedo Gomes e Carlos Conceição irão apresentar os seus novos projetos em estreia mundial na secção Fórum do Festival de Berlim conforme acaba de anunciar o serviço de imprensa da Berlinale. A Portuguesa Serpentário juntam-se assim à curta de Jorge Jácome, Past Perfect, que compete para o Urso de Ouro no pequeno formato. É esta, para já, a participação do cinema português na 69ª edição do Festival de Berlim, que decorre de 7 a 17 de fevereiro próximo.

A Portuguesa
A Portuguesa

Na descrição de A Portuguesa, numa produção da Basilisco Filmes, o comité de programação do Fórum usa a expressão “clássico” para enunciar a adaptação que Rita Azevedo Gomes faz da novella do escritor austríaco Robert Musil, um dos mais importantes romancistas modernos, destacando o guarda-roupa magnífico e as imagens opulentas, nesta história de uma jovem que tenta libertar-se da solidão. Apesar da forte referência literária, a cineasta separa águas ao afirmar logo na abertura das notas de imprensa ao referir que lhe interessa menos a proveniência das coisas, do que para onde as posso levar. E que se revela uma aprendiz, no sentido de acreditar que faz um único filme ao longo da vida e que o parte em mil pedaços para o refazer de um modo diferente. De referir que A Portuguesa conta com a participação de Clara Riedenstein, Marcello Urgeghe, Rita Durão, para além de Ingrid Caven. O filme terá estreia nacional a 28 de fevereiro, pela Leopardo Filmes.

Serpentário

Depois da curta Coelho Mau, que passou há dois anos em Cannes e premiada em diversos festivais, Carlos Conceição leva a Berlim a sua primeira longa Serpentário, numa co-produção angolana, onde um homem procura o espírito da sua mãe ao longo da despida paisagem africana, no que promete ser uma fascinante viagem entre o passado e o futuro que convoca no seu percurso elementos de géneros diferentesSerpentário é assim um prolongamento do projeto Acorda Leviatã, exibido já no DocLisboa, uma vez mais com a participação de João Arrais.

Depois de o ano passado Sandro Aguilar (com Mariphasa), André Gil Mata (com A Árvore) e João Viana (Our Madness) terem mostrado a força do cinema português no Fórum, talvez a secção mais arriojada do festival de Berlim, cabe agora Rita Azevedo Gomes e a Carlos Conceição confirmarem esse estatuto numa secção que este ano é marcada por uma seleção de filmes que experimentam coisas mas que se recusam o compromisso, conforme comunicado que acompanha esta 49ª edição do Fórum, dirigida por Milena Gregor e coadjuvada por Birgit Kohler Stefanie Schulte Strahtaus. Uns encaram a história do século XX, enquanto outros no que há-de vir, mesmo que permaneçam ancorados no aqui e agora, pode ler-se ainda nesse comunicado. Que nota ainda que muitos filmes levam em linha de conta a palavra escrita como seu ponto de partida ou fazendo referência explícita à literatura ou trabalho de cartas, poemas ou outros escritos.

Past Perfect

No segmento de curtas, Jorge Jácome tráz a concurso Past Perfect, ao lado de outros 23 projetos. Recorde-se que em 2017 e 2016, Diogo Costa Amarante e Leonor Teles venceram os rspetivos Ursos de Ouro nessa secção.

Depois de Flores, com um belo percurso em festivais internacionais, Jácome aborda agora a nostalgia de um passado glorioso em confronti com um doloroso presente.

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