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CineEco 2018: Reviver o passado, pensar o presente e prever o nosso futuro

O CineEco organiza entre 13 e 15, o 1º Fórum Internacional de Festivais de Cinema Ambiental que deverá contar com a presença do Presidente da República Marcelo Rebelo de Sousa

A urgência, diversidade e atualidade das temáticas ambientais é refletida uma vez mais pela programação do CineEco, o Festival de Cinema Ambiental da Serra da Estrela, dirigido por Mário Branquinho, cuja 24ª edição se realiza entre os dias 13 e 20 de outubro, como sempre em Seia, no distrito da Guarda.

Seguramente, um dos pontos mais altos da edição deste ano será a realização do 1º Fórum Internacional de Festivais de Cinema Ambiental, entre os dias 13 e 15, que deverá contar com a presença do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa. O CISE – Centro de Interpretação da Serra da Estrela irá receber os diretores de 36 festivais de cinema ambiental, entre outras personalidades, que irão refletir a importância destas iniciativas de temática ambiental numa contribuição e divulgação global deste alerta.

Entre os convidados destaca-se a presença de Catherine Beltrandi, do departamento de Ambiente das Nações Unidas, o líder indígena e escritor brasileiro Ailton Krenak, bem como Giulia Camila Braga, em representação do Banco Mundial, e Ashley Hoppin, da National Geographic, entre outras personalidades.

Uma coisa é certa, o CineEco é, como sempre foi, um festival de bom ambiente. Não só pelas diversas secções competitivas informativas, bem como pelos encontros com personalidades e inúmeros convidados, muitos deles em sucessivos regressos a Seia, num efeverescente networking de partilha experiências e tertúlias.

O CineEco é também um verdadeiro case study, não só por ser um dos festivais de cinema de ambiente mais antigos do mundo, mas igualmente por ser membro fundador e fazer parte da direção da Green Film Network, uma plataforma de 40 festivais de cinema ambiental.

Os paradigmas da Globalização

Uma vez mais, a competição internacional, cuja programação está a cargo de José Vieira Mendes, reflete os diversos paradigmas da Globalização e os respetivos ecos de mudança. Desde logo, o efeito da devastação das terras da Amazónia motivado pela indústria intensiva da soja na região, ilustrado em Muito Para Além da Fordlândia, do brasileiro Marcos Colón, mas também a urgência da energia limpa, presente em Ponto Sem Rertorno, da dupla suiça Noel Docktader e Quinn Kanaly, a sugerir a natureza como parceiro na criação de um avião de energia solar.

Teremos ainda refletido o foco da questão da água (A Arca de Anote e em Até à Última Gota) ou do leite (O Negócio do Leite), o capitalismo cego (Utopia Revisitada), passando mesmo pela arquitetura sustentável (Didi Contractor – O Casar da Terra com a Arquitetura), bem como o nosso legado para as gerações vindouras asucultado na coprodução As Pequenas Galochas Amarelas, dirigida por John Webster. Isto para já não falar do desafio singelo de passar uma dezena de dias sem telemóvel, (A) Social – 10 Dias Sem Telemóvel, do italiano Lucio Laugelli. Por fim, a memória das guerras, exorcizada pelo empenhado filme A Árvore, do português André Gil Matacuja estreia mundial ocorreu no passado festival de Berlim.

Enquanto a seleção oficial da competição internacional reflete precisamente essa preocupação global, aviva-se também a memória da catástrofe ocorrida há precisamente um ano naquela região com os devastadores incêndios que afetaram a região centro do país, tema dominante na secção Lusofonia – Panorama Nacional. A programação completa-se com uma competição Lusofonia, de longas e curtas, a seleção competitiva de documentários e reportagens para televisão, a competição internacional de curtas metragens, workshops, exposições, e ainda uma programação de cariz infantil.

 

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