Sábado, Abril 20, 2024
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Gabriel Abrantes na semana da Crítica em Cannes – “‘Diamantino’ não é bem sobre Cristiano Ronaldo”

Gabriel Abrantes e Daniel Schmidt, com Diamantino, a primeira longa metragem do realizador português, e Duarte Coimbra, com a curta Amor, Avenidas Novas, uma comédia romântica atrevida e pop, que passará antes na competição do IndieLisboa, serão os representantes lusos este ano no festival de Cannes, ambos na secção da 57ª edição da Semana da Crítica.  

Referimos os adjetivos ousado, provocador e sensual para descrever o cinema de Gabriel Abrantes, quando o entrevistámos em janeiro passado, em Berlim, onde a sua curta Os Humores Artificiais, uma romcom futurista e delirante, estava nomeada para os prémios do Cinema Europeu, e que venceu recentemente o Prémio Especial do Júri, no Córtex, em Sintra. Já em Berlim falámos de Diamantino, a sua muito aguardada estreia no formato de longas, que há mais de meia década vem criando com Daniel Schmidt, e que fará parte da Semana da Crítica, em Cannes.

Finalmente, veremos esse filme sobre o universo de uma estrela do futebol galáctica em crise existencial depois de perder a sua ‘estrelinha’, acabando por se tentar recuperar o seu toque de génio ao longo de uma odisseia delirante em que se confronta com elementos neofascistas e modificação genética.  Charles Tesson, o diretor artístico da Semana da Crítica, definiu-o como uma comédia delirante sobre o mundo do futebol e cães peludos.

O Diamantino não é bem inspirado no Cristiano Ronaldo, explica o realizador multifacedato na nossa entrevista. Provavelmente, uma resposta que irá repetir vezes sem conta em todas as entrevistas que der em Cannes. Até porque o look de Carloto Cota no filme – um ator com quem trabalhou diversas vezes – com o seu par de brincos, nem fica muito distante da imagem de CR7 no seu início de carreira. Até porque a sua principal inspiração foram os textos do autor americano David Foster Wallace, que escreveu sobre o ténis e a relação do génio estético e desportivo, como nos explicou na altura o realizador de 33 anos.

Há então uma espécie de aproximação das características destes desportistas sobredotados que Abrantes considera na sua dimensão estética, aproximando-os mesmo ao pedestal do divino. Uma espécie de metáfora para a estética de hoje, afirma. 

 

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