Quinta-feira, Abril 25, 2024
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Estes são os Filmes de 2017: o ano em que o cinema saiu à rua!

Ahh, aquela altura do ano em que encaramos todo o calendário dos filmes que estrearam no nosso país para tentar fazer aquela seleção dos que verdadeiramente nos tocaram. Mesmo que alguns deles tenham sido vistos há já mais de um ano, como sucede naqueles apresentados em alguns dos principais festivais internacionais, mas que só chegam às salas muitos meses depois. Este ano com a particularidade de terem sido muitos aqueles que nos terem enchido as medidas, sobretudo os selecionados na primeira metade da nossa escolha, todos eles  verdadeiras obras-primas.  É claro que pelo caminho ficou muito cine-lixo, algum visto outro simplesmente ignorado. Isto porque nem sempre a atividade de ver filmes com um sentido crítico é feito com um prazer constante. É claro que se esta seleção contemplasse todo e qualquer filme exibido em sala, teríamos forçosamente de mencionar as reposições de Ozu, Wenders, Lynch e ainda esse filme intitulado Lumière! – A Aventura Começa, dos Lumière e montado e comentado por Thierry Frémaux. Ainda assim, temos um best off digno. 2017 foi um bom ano de cinema. Ora venha daí mais um!

10. Logan

O cinema blockbuster tem aqui uma interrupção para mostrar a humanidade dos super-heróis. A sugerir ainda outras leituras políticas. Hugh Jackman foi um ator à altura das circunstância.

9. Lucky

John Carroll Lynch encontrou no derradeiro filme de Harry Dean Stanton – um filme feito para ele – o cowboy ideal para um western feito de espera e de pequenos gestos. Com David Lynch a fazer uma perninha.

8. Verão Danado

A pedrada no charco do cinema tuga, com o estreante Pedro Cabeleira a fazer um cinema urgente, com mais de 120 BPM, embora quase artesanal, a dar espaço a uma geração adiada. Ousado no ritmo febril que contagia.

7. O Quadrado

O recente vencedor categórico dos Prémios do Cinema Europeu e forte candidato ao Óscar Estrangeiro tira-nos o tapete debaixo dos pés ao questionar os nossos limites do politicamente correto. A porta de entrada de Ruben Ostlund para o cinema americano.

6. A Tribo

É a reinvenção da linguagem no seio da brutalidade do quotidiano de surdos mudos  que vivem paredes meias com o o lado mais duro da vida, mas onde é possível encontrar o amor. Um filme mudo do ucraniano Slaboshpytskyi , mas cheio de vida.

5. A Minha Vida de Courgette

O francês Claude Barras na animação do ano – um filme para miúdos mas em que os graúdos aprendem. Audaz na recriação de um certo realismo social, com um puto num orfanato que aprende a viver. Captura-nos e comove-nos.

4. Corpo e Alma

Estreia a tempo de integrar a lista dos melhores do ano, esta visita ao sonho onde o romance se torna possível. Só graças ao cinema rigoroso e preciso da húngara Ildikó Enyedi que nos leva a sonhar mesmo acordados.

3. Paterson

Dissemo-lo em Cannes 2016 que era o cinema-Haiku de Jarmusch. Um filme-poema que desconcerta e nos prende na sua dinâmica geográfica. Por isso mesmo perfeito na sua ambição.

2. A Fábrica de Nada

É o grande filme português do ano (dos anos!) – o outro será Verão Danado. O cinema aliado à convicção, à crise feita disponibilidade para fazer. E logo um trabalho coletivo de Pedro Pinho que atravessa o documentário fingido, o musical, e a ficção, claro. Uma pequena obra-prima que tem sido partilhada um pouco por todo o mundo com os devidos prémios.

E O FILME DO ANO É…

  1. Aquarius

Foi um dos grandes estados de alma que tivemos ocasião de viver numa sala de cinema. Kléber Mendonça Filho devolve-nos um cinema profundo e nostálgico, ao mesmo tempo provocador e implicado. No fundo, várias combinações felizes que nos permitem auscultar a pulsação da sociedade brasileira, entre o desfrute intenso de uma natureza generosa e a ganância desmedida. Este é também o grande filme da vida de Sonia Braga, imensa nesta personagem de uma entrega impressionante à vida .

 

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