Sexta-feira, Abril 19, 2024
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Star Wars: Episódio VIII – Os Últimos Jedi: a saga que perdeu a Força

Pronto, no final de O Último Jedi ficamos a saber que, afinal de contas, fica tudo em aberto para outros Jedis ou outras histórias de Star Wars. É esta a lei de Hollywood, sempre preparada a dar vida nova para além da conclusão, como metamorfose reciclada de um corpo com várias vidas. Aliás, não será essa a lógica da fusão da franchise criada por George Lucas com a Disney e, já agora, a recente aquisição da Fox pela marca do rato Mickey?

Há filmes que antes de serem vistos já motivam todo o tipo de comentários antecipando aquilo que muitas vezes fica bastante aquém do esperado. Por muito que isso nos possa custar. E depois há a formação de consensos (será este um efeito colateral da Globalização?) que se apressa colocar a medalha de obra-prima a um espetáculo banal e maçador como este O Último Jedi dirigido por Rian Johnson. Depois de uma busca rápida pelo imdb em que percebemos essa unanimidade a descrever as qualidades do filme de Rian Johnson, não resistimos a mencionar o respeitado New York Times, onde a respeitada Manohla Dargis elege para título “‘Star Wars: The Last Redi’ Embraces the Magic and Mystery'”. Como se “magia” e “mistério” pudessem, de alguma, forma ficar associadas a um filme tão desfocado de “pathos”. Enfim, vale o que vale, não é? Tal como as inúmeras opiniões devastadoras de espectadores enfurecidos.

De entre a fartura de oferta de múltiplos efeitos visuais e salas hi-tech, escolhemos o menos badalado, apenas com som ATMOS, mas fomos até de menu cola-pipoca para melhor partilhar a experiência. Só que a 20 minutos ainda não conseguíramos descortinar uma história. Algo que até final dificilmente se define, até porque fica entretanto no ar a tal ideia de que “eu não sou o último jedi, mas o primeiro de muitos”. Ora bolas. Ficamos a aguardar o pior, sobretudo quando nos resta a sensação de um espetáculo visual estridente, sem personagens carismáticas, onde dificilmente Rey (Daisy Ridley), Finn (John Boyega), Por (Oscar Isaac) ou mesmo Kylo Ren (Adam Driver) deverão recuperar um estatuto que fuja ao mero estereótipo de longa franchise apostada em faturar pelo merchandizing.

Ao longo das duras hora e meia de fita ficámos à espera de um filme que nunca chega verdadeiramente a acontecer. Algo que até funcionou no anterior O Despertar da Força, por certo devido ao gesto de evocar a nostalgia da saga original de Lucas. Assim, sem heróis com destino traçado e vilões com carisma, ficamo-nos pela vontade que a Força exista. É que sem Força não há saga que se levante. A menos que se recorra a artifícios, como uma espécie de Viagra digital.

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