Quinta-feira, Março 28, 2024
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Curtas: o cinema feito instalação de arte na galeria Solar

Paralelamente ao Curtas, associa-se a Solar Galeria de Arte Cinemática, já com 11 anos de atividade, reunindo trabalhos de alguns dos mais representativos autores da nova geração. Até ao próximo dia 17 de setembro apresenta a exposição coletiva “Terra”, um trabalho naturalmente focado em temas ambientais mas no nosso papel no mundo. Contribuem para esta exposição Gabriel Abrantes (em colaboração com Ben Rivers), Priscilla Fernandes, Pedro Neves Marques, Joana Pimenta, Lúcia Prancha, Francisco Queimadela e Mariana Caló.

Seguramente, uma forma alternativa e conceptual se ver e sentir o cinema, neste caso, com propostas que criam identidades e cujo ponto de partida é sempre um filme, ainda que a sua projeção não seja necessariamente um fim óbvio. Há sim uma chamada de atenção para os sentidos, os espaços e as marcas que lá se deixam.

Gabriel Abrantes e Ben Rivers evocam personagens das fantasias, como neste caso, o Corcunda (que dá também o nome à instalação vídeo), assombrados por uma visão futurista e utópica. De resto, na linha do  trabalho mais experimental de Abrantes, de que a curta Os Humores Artificiais, presente na Competição Nacional, constitui um dos projetos mais conseguidos. Igualmente curioso é seguir a curta de Joana Pimenta Um Campo de Aviação centrado num espaço que convida a imaginação a fundir a geografia da cidade de Brasília com uma ilha vulcânica e o seu diálogo com a História ou as histórias. Curiosa é também a proposta de Priscilla Fernandes ao negar a visão em De Noite Todos os Gatos São Pardos e optando por uma espécie de storyboard em áudio.

Cartazes para True Sentimental Bitch, de Lúcia Prancha

Para conferir ainda as instalações de Pedro Neves Marques questionando o significado da soja transgénica plasmado no trabalho que filmou no estado brasileiro do Rio Grande do Sul, bem como as esculturas em acrílico de Lúcia Prancha contribui com o título insólito Tomando-lhe a mão fiz com que seus dedinhos roçassem atalhos da minha geringonça, e depois se molhassem dentro do que ela diz doce escultura no que explica serem “desenhos gerados pelo tédio”, Sleepworkers, o registo no sono de vários artistas; por fim os Cartazes para the True Sentimental Bitch. Por fim, Mariana Caló propõe a interrogação sobre o lince ibérico a partir de uma sugestão intuitiva.

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