Sábado, Abril 27, 2024
InícioCríticasPiratas das Caraíbas: A Vingança de Salazar

Piratas das Caraíbas: A Vingança de Salazar

Decorria o ano de 2003 quando teve início uma das franquias mais rentáveis à face do planeta. Na altura chamou-se A Maldição do Pérola Negra e prendeu-nos ao ecrã com as prestações de  Johnny Depp, Orlando Bloom e Keira Knightley. A história era óptima e coerente, a acção adequada e a banda sonora ideal para cada momento.

Catorze anos depois, Jack Sparrow tornou-se no pirata mais reconhecido e icónico do planeta. Mas também algo cansativo. O que começou por ser um blockbuster aclamado também pela crítica converteu-se gradualmente num produto de marketing. No entanto a franquia volta a ganhar força com este novo filme Dead Men Tell no Tales (Homens Mortos Não Contam Histórias em Portugal), uma alusão à conhecida atracão temática dos parques da Disney.

A história gira em torno da procura do tridente de Poseidon, um artefacto mítico que pode curar todas as maldições marítimas. Em busca dele está Henry Turner (Brenton Thwaites), o filho de Will Turner (Orlando Bloom) e de Elizabeth Swann (Keira Knightley) que tenta resgatar o pai da sua maldição, e Carina Smyth (Kaya Scodelario) por desejo do seu pai desconhecido. Contam com a ajuda do icónico e sarcástico Jack Sparrow e da sua tripulação. Mas nem tudo são rosas e o regresso de um velho inimigo de Sparrow, de nome Salazar (Javier Bardem), também ele amaldiçoado, irá complicar esta aventura por mares nunca antes navegados. Como não pode faltar, temos também a presença de Barbossa (Geoffrey Rush) que troca tantas vezes de lado que a certa altura já nem sabemos o que esperar. Mas como habitual e já esperado, tudo culmina numa épica batalha e com um romance pelo meio, e mais uma vez tudo acaba bem.

Como sempre, a banda sonora cumpre o seu papel, as músicas encaixam poeticamente nos momentos. É o filme em que Depp tem menos tempo de ecrã e ainda assim parece estar bêbedo em mais de metade do tempo, desde sentir-se perdido ao cambalear, não faltarão demonstrações da sua falta de total consciência. Javier Bardem como Salazar é uma boa escolha e uma boa utilização de CGI, no entanto apesar de uma performance razoável fica aquém de Davy Jones interpretado por Bill Nighy, quanto aos novatos Kaya segue as pisadas de Keira e de Penélope Cruz à sua maneira, mas Brenton parece apenas uma cópia barata de Orlando Bloom.

Para nossa surpresa, este filme aposta numa comédia por vezes estafada. E nem sempre com sentido de humor. Para além disso, existem diversas personagens que pouco ou nada acrescentam ao filme e muita acção sucessiva e rápida demais que fazem o filme perder alguma da sua essência.

Temos ainda Jack Sparrow quando era jovem, talvez até uma das melhores cenas do filme. Iremos descobrir o porquê do ódio de Salazar, a razão do nome Sparrow, e como se tornou capitão. Além disto a cena de perseguição e a manobra executada a fazer lembrar os exageros bem executados típicos de filmes ação. Sem limites e impossibilidades, mas cativantes. Preparem-se para algumas surpresas, e para um final sensacional.

É o filme mais e da saga. Desde a surpresa que nos deixará a todos de boca aberta ao final inesperado será uma montanha russa de emoções. Temos ainda o regresso de Orland Bloom e de Keira Knightley ainda que por escassos momentos.  Há também uma cena pós créditos com ambos que pisca o olho a uma nova entrega. Alguém duvidava?

Ainda assim, comparando aos dois últimos filmes da franquia, acaba por ser uma boa surpresa, se bem que longe dos primeiros filmes da saga.

***

RELATED ARTICLES

Mais populares