Quinta-feira, Abril 18, 2024
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The Last Face – A Última Fronteira: glamour humanitário

Tornou-se num hábito ver realizadores de Hollywood, e especialmente atores atrás da câmara, a assumirem como um dever, para além do trabalho de caridade, fazerem um filme num país assolado por um conflito militar. Claro que o primeiro exemplo que nos vem à cabeça é Angelina Jolie, na sua incursão na Bósnia, em Na Terra de Sangue e Mel (2011).  Agora chegou a vez de Sean Penn fazer esse filme “humanitário”. Pena é que o resultado se tenha tornado num dos filmes mais pateados no último festival de Cannes.

A ação de The Last Face – A Última Fronteira decorre na Libéria cujo poder reside nas mãos de bandidos armados cuja missão é arrasar cidades. Felizmente, alguns desses infelizes podem contar com a ajuda de Charlize Theron e Javier Bardem, ambos empenhados numa homenagem  aos Médicos sem Fronteiras. Naturalmente, para muitos a presença deste par será a justificação para ir ao cinema.

É claro que durante a rodagem, Penn ainda mantinha uma ligação afetiva com Miss Theron. Talvez por isso se perceba que o realizador que se estreou como realizador em 1991, com União de Sangue, tivesse alguma dificuldade em abstrair-se da tentação de combinar glamour em terreno de guerra e miséria, algo que nos parece incompatível. É que mesmo nas situações mais complicadas, quase esperamos ver a loira Charlize a subir para um pedestal e sussurrar… j’adore!, ao som da banda sonora de Hanz Zimmer e captada num plano a la Malick.

É claro que será indiscutível a ligação da atriz à realidade social do continente onde nasceu, embora para além das evidentes boas intenções humanitárias, esta espécie de presente do namorado nos pareça, no mínimo, desajustada. E totalmente falha de alma.

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