Sexta-feira, Março 29, 2024
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Idade das Sombras: era uma vez na Coreia

O cinema sul coreano já não é propriamente novidade. Pelo menos desde o final dos anos 90 em que se deu uma pequena grande revolução que impôs alguns nomes na sua ‘nova vaga’ e do qual o festival de Busan (ou Pusan) acarreta sérias responsabilidades por impor essa frescura, de resto seguida com interesse por muitos festivais série A, como Cannes, Veneza ou Berlim.

De resto, nomes como Park chan wook (Oldboy, Vengeance Trilogy), Joon Bong-ho (The Host, Snowpiercer), Kim Ki Duk (Primavera, Verão, Outono, Inverno… e Primavera, Pieta), Lee Chang Dong (Poesia) ou Kim Ji-woon (História de Duas Irmãs ou Eu Vi o Diabo) já não são propriamente desconhecidos.

E nem sequer se pode dizer que este curioso A Idade das Sombras seja um caso mais ou menos isolado, pois A Criada, de Park Chan-wook, revelado na última seleção oficial de Cannes, estreia já no próximo dia 30.

Em A Idade das Sombras, uma vigorosa e endiabrada produção com o selo da Warner, temos o inevitável Kang-ho song (Snowpiercer, The Host – A Criatura, Em Nome da Vingança) envolvido numa intriga de espionagem que poderá fazer corar de inveja muitas produções americanas. De resto, percebe-se bem que Kim Ji-woon domina com elegância as diversas arestas de toda produção. Talvez até com demasiada elegância, como que a assumir um lado industrial e coreográfico onde se perde algum do primordial tempero de emoção.

Estão lá os índices de ação, tiroteio, perseguições e até algum horror. Sempre com aquela limpidez de como se fosse tudo mais fácil do que realmente é. É também Coreia ocupada o cenário em que decorre esta Idade das Sombras, por volta dos anos 20 do século passado, durante a ocupação japonesa, com uma teia complexa de espionagem e contra-espionagem, em que por vezes nos perdemos, mas em que ficamos sempre irremediavelmente presos às diversas sequências de ação. Uma delas fará recordar-nos Snowpiercer (ou Expresso do Amanhã, na tradução lusa), de Boon Jon-ho, mas até mesmo algumas partes do mas recente Bond ou até o lado mais épico de Era Uma Vez na América. O que não é necessariamente mau.

 

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