Sábado, Setembro 30, 2023
InícioCinemaHacksaw Ridge mostra Mel Gibson com sangue na guelra

Hacksaw Ridge mostra Mel Gibson com sangue na guelra

Mel Gibson acrescenta uma nova dose de misticismo autoral à sua filmografia com esta evocação do quase milagre ocorrido na batalha Okinawa, uma das mais mortíferas da Segunda Guerra Mundial, em que o objetor de consciência Desmond Doss partiu para a linha da frente sem uma arma, acabando por salvar dezenas de feridos. Foi o filme escolhido para abrir o Lisbon & Estoril Film Festival. Vá-se lá saber porquê, já que “Hacksaw Ridge” nada acrescenta ao género. Está lá o sangue na guelra, tão a gosto de Gibson, e a violência, embora aqui com o véu do objetor. Ume espécie de Cristo, com a sua última tentação: “salvar só mais uma vida”.

Apesar de se tratar de um filme baseado numa história verídica, a verdade é que (quase) nada neste filme escapa a uma rotina mais ou menos formatada num amontoado de clichés com sabor a meia dúzia de fitas e seriados de guerra que retiram ao filme qualquer réstia de alma ou surpresa.

O filme até começa com uma calmaria antes da borrasca, mostrando-nos como o jovem Doss se transformou de uma criança violenta no objetor de consciência que haveria de ganhar a Medalha de Honra do Congresso. Andrew Garfield despiu o seu fato de lycra do Homem Aranha para envergar o uniforme de um outro super-herói – o tal soldado sem arma que foi de peito aberto para a batalha armado com uma bíblia.

É claro que durante a batalha, Gibson vinga-se com gloriosas cenas de sangue, pedaços de carne e muita tripalhada, como que para acentuar o papel do enfermeiro com uma causa. O problema é que chegados a esse momento do climax, já perdemos o interesse no seu destino. Quem sabe o que seria desta história nas mãos de outro, por exemplo, Clint Eastwood, que já fizera muito no semelhante “Cartas de Iwo Jima”.

RELATED ARTICLES

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Most Popular

Recent Comments