Quinta-feira, Abril 25, 2024
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Wagner Moura: “Não voltarei a ser o Capitão Nascimento”

Tropa de Elite 2

Quando foi que começaram a falar na sequela para ‘Tropa de Elite’? Foi logo a seguir?
Nada disso. Nem mesmo depois de ganharmos o Urso de Ouro aqui em Berlim. Só em 2009 é que o José (Padilha, o realizador) tomou a decisão de rodar ‘Tropa de Elite 2 – O Inimigo Agora é Outro’. Mas quando perguntou se eu queria participar, eu concordei logo.

Acha que foi um filme a pensar retomar o sucesso anterior?

Não acredito. Ele é um documentarista. Ele gosta de abordar temas reais: ele tem um filme sobre a fome (‘Garapa’, 2009) e três sobre a violência (‘Ônibus 174’, 2002, e os dois ‘Tropa de Elite’ (2007 e 2010). Respeito muito o trabalho dele e nunca pensei que quisesse aproveitar esse lado.

Falaram como seria a evolução do Capitão Nascimento?
Sim, eu estava um pouco preocupado como iria aparecer, porque estranhamente, no primeiro filme, fui um pouco encarado como um herói no Brasil. Mas ele é agora mais atento ao que se passa.

Como é que o Wagner vê o Capitão Nascimento?
Para mim, ele é uma personagem de uma tragédia Grega. Alguém que caminha muito rápido e de uma forma trágica em ambos os filmes. A diferença é que agora percebe que passou toda a vida a lutar por uma causa perdida. Ele é uma marioneta, mas vê quem são os bonecreiros.

Acha que se trata de um filme mais optimista?
Sim, acho.

A sério?
No sentido que é um filme com mais esperança. O final aponta nesse sentido.

Poderá o arco desta personagem dar origem a uma trilogia?
Para mim, esta possibilidade não existe. Não seu o que ele pensa, mas se fizer outro filme, não eu não serei o Capitão Nascimento.

O Wagner participou na produção do filme. Foi a primeira vez?
Em cinema sim.

E gostou?
Gostei sim. Acho que é algo que os actores deveriam fazer. Interessa-me muito todos os processos de fazer um filme. E também quero ter parte nas receitas de bilheteira.

Neste caso deve ter sido bom, porque o filme foi um enorme sucesso no Brasil…
Sim, foi óptimo. É o filme mais visto de sempre na América do Sul. Mais do que o ‘Avatar’.

Paulo Portugal, em Berlim
Entrevista publicada no CM

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