Sexta-feira, Abril 19, 2024
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Especial Alice in Wonderland: Johnny Depp, Mia Wasikowska e Danny Elfman

Admirável mundo novo… em 3D

Aí está o filme mais antecipado do ano e a concretização em 3D do mundo fantástico de Lewis Carroll, devidamente filtrado pelo imaginário surreal tão caro a Tim Burton. O CM encontrou-se em Londres, no luxuoso hotel Dorchester, para a apresentação à imprensa da equipa de ‘Alice no País das Maravilhas’. Para além do realizador Tim Burton, estiveram também presentes os produtores, Richard Zanuck e Joe Roth, o compositor habitual de Burton, Danny Elfman, e ainda uma boa parte do elenco encabeçado por Johnny Depp (o Chapeleiro Louco), incluindo Mia Wasikowska (Alice), Helena Bonham Carter (Rainha de Vermelha), Anne hathaway (Rainha Branca) e Crispin Glover (Valete de Copas). Uma coisa é certa, depois do delírio de ‘Avatar’, esta ‘Alice’ em 3D promete continuar a euforia tridimensional. E tanto agradará a adultos como a todos aqueles que cresceram com o imaginário da animação da Disney, prestes a completar 60 anos em 2011.

Esta aproximação ao imaginário da animação da Disney não é inocente. Foi o próprio Tim Burton quem confirmou essa “herança”: “Trata-se obviamente de um filme Disney”, admitiu o realizador, acabando por esclarecer que o que mais o entusiasmou foi a possibilidade de “abordar o mundo da Alice no Pais das Maravilhas num universo 3D.” Por outro lado, assumiu, “existem mais de vinte versões e nenhuma delas me convencia verdadeiramente. “ 

O efeito 3D convence e promete revolucionar a forma como vemos cinema. Foi mesmo o produtor Joe Roth quem confirmou esse dado incontornável: “Não me parece que todos os filmes em 3D vão ser um sucesso e nem todos terão de ser em 3D. Mas se o Spielberg estivesse a começar agora, talvez fizesse o ‘Tubarão’ ‘Indiana Jones’ em 3D, mas talvez não ‘A Lista de Schindler’ e ‘Munique’. É tudo uma questão do material, da história. 

Que o digam os filhos dos protagonistas que foram os primeiros a contactar com estes seres surreais. Helena Bonham Carter, deformada com uma cabeça enorme, no papel da hilariante e paranóica Rainha Vermelha, obcecada por cortar cabeças, deu o mote: “A minha filha (Nell) de dois anos ficou maravilhada com os ‘monstros’ e está sempre a dizer que os quer ver de novo”, confidenciou às gargalhadas “Já o Billy, o mais velho, de seis, vai ver hoje o filme na antestreia, mas não respondo por ele, pois é bastante sensível.” Por fim, em tom mais sério, deixou um agradecimento ao companheiro de longa data: “Sinto-me honrada de ele (Tim) ainda querer trabalhar comigo e de me deixar pertencer ao seu imaginário.

 

 

JOHNNY DEPP EM DISCURSO DIRECTO

“É um milagre que ainda me convidem”

Do que se lembra quando leu pela primeira vez este livro do Lewis Carroll?

Lembro-me de ler uma versão condensada quando tinha cinco anos e de ver a animação da Disney. Mas talvez as personagens tenham sido o que mais me ficou na memória. Acho que isso sucede até a quem não leu o livro.

Como encarou a maior densidade interior do Chapeleiro Louco?

Procurei aproximar-me dos lados mais extremos da personalidade. Entre a fúria e o medo ou leveza. E apenas tentei encontrar esse equilíbrio.

O que acharam os seus filhos desta versão de ‘Alice’?

Por acaso, eles já viram o filme e simplesmente adoraram. E não ficaram nada assustados.

Qual é a sua receita para o sucesso?

É um milagre que ainda me convidem depois de alguns filmes que eu fiz… (risos) Nessa altura, o Tim tinha de lutar com os estúdios para me conseguir contratar, mas depois do sucesso de ‘Piratas das Caraíbas’ isso passou. 

Trabalha com o Tim há sete filmes. Como tem evoluído essa relação?

Conhecemo-nos há 20 anos com ‘Eduardo Mãos de Tesoura’. A minha escolha para esse filme foi uma questão de sorte. Ao longo dos anos temos desenvolvido uma certa cumplicidade. Sempre adorei a sua visão e de fazer aquilo que quer e como quer. É um dos verdadeiros autores.


 

 

MIA WASIKOWSKA

É uma das actrizes de quem se fala. Apesar de ser ainda desconhecida, não ficou nada intimidada com o papel de Alice. “Há sempre uma certa dose de pressão quando se interpreta uma personagem tão querida de todos. Mas desde o início decidimos deixar de lado esse passado e deixar libertar essa imagem de adolescente icónica e tentar aproximá-la do público.”

 

DANNY ELFMAN

No 13ª filme de Tim Burton que compõe, o genial (e multipremiado) Danny Elfman explicou que já está habituado ao estilo de trabalhar do realizador: 

“É uma viagem que nunca se sabe onde acabará. Nesse sentido não difere dos outros filmes. É um universo cheio de surpresas. Igualmente difícil do que era há 25 anos atrás; mas sempre reconfortante. Valeu sempre a pena.” 

 

 

Paulo Portugal, em Londres 

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