Sexta-feira, Abril 19, 2024
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KVIFF: Oh Mother – ‘Lara’ é um vibrante retrato psicológico de Jan-Ole Gerster

A ambiciosa e metódica Lara (Corinna Harfouch) sente que o limite de suportar a sua existência não conseguida se finda aos 60 anos. Por isso, metodicamente, abre a janela no seu apartamento num bairro modesto de Berlim e prepara-se para o abismo. Só que o ato é interrompido pela campainha da porta, aparentemente uma brigada da política precisa dos serviços desta ‘funcionária pública’.

Sete anos depois de exibir em Karlovy Vary o seu primeiro filme Oh Boy!, vencedor do prémio Discovery, o alemão Jan-Ole Gerster regressa ao festival da República Checa com vontade de tentar perceber a forma como uma geração lida com o insucesso. Ao contrário do jovem (Tom Schilling, presente também em Lara) que abandona a universidade para se redescobrir, Gerster olha para a geração seguinte, no caso desta alemã assertiva, e pianista friustrada, projeta a sua ambição e as suas limitações para o filho (Schilling), ele sim acaba por ter o reconhecimento como pianista. É então no dia do concerto de lançamento do filho que Lara equaciona a sua saída em forma de melodrama. Só que o design desse gesto, mesmo depois de abortado e a alternativa que ensaia – de recuperar o seu estatuto com os ex-colegas da repartição, oferecendo-lhes bilhetes para o concerto do filho não terá os resultado desejados.

Percebe-se em Gerster uma certa facilidade em desenhar estudos psicológicos das suas personagens, embora sem perder alguma leveza do estilo. Curiosa, neste caso, a personagem do vizinho – aquele que visita no início do filme (Andre Jung) -, um homem pouco sofisticado mas que encara nela uma possibilidade de maior entendimento, que acaba por manter em aberto as reduzidas opções de Lara. Vejamos quais serão as possibilidades de Lara no palmarés do festival.

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