Quinta-feira, Abril 25, 2024
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Entre as pérolas de San Sebastian: James Franco, Sean Baker e Filipa César

Arranca já amanhã (sexta-feira, dia 22) a 65ª edição do Festival de San Sebastian. Wim Wenders tem honras de abertura do certame com a apresentação de Submergence, o seu novo filme, a narrar a história de amor à distância vivida entre Alicia Vikander e James McAvoy. Monica Bellucci, Agnés Varda e Ricardo Darín serão os homenageados com o Donostia Award, entre uma lista enorme de convidados. Jorge Jácome, com a curta Flores, e o documentário Spel Reel, de Filipa César, representam Portugal na secção Zabaltegi, destinada aos filmes mais surpreendentes do ano.

Submergence

O filme de Wenders abre também a secção competitiva, onde o alemão Robert Schwentke marca o seu regresso à Alemanha, com Der Hauptman (O Capitão), co-produzido por Paulo Branco, bem como o novo filme de Jean-Pierre Léaud, Le Lion est Mort ce Soir, do japonês Nobuhiro Suwa, ou o de James Franco, The Disaster Artist, um filme sobre um mau filme, o Citizen Kane dos maus filmes, como foi apelidado. E há ainda o regresso da dupla francesa Olivier Nakache e Éric Toledano, em Le Sens de la Fête

No entanto, há que guardar tempo para recuperar todas as pérolas que perdemos em festivais anteriores, sobretudo Berlim, Cannes e Veneza, e que aqui se juntam para formar um valioso colar. Desde o genial Call Me By Your Name, do italiano Luca Guadagnino, a abrir o certame, ao desnecessário Loving Pablo, a fechar, e a juntar o casal Javier Bardem e Penélope Cruz como o druglord Pablo Escobar e a sua namoradinha Virginia Vallejo. Depois temos 120 Battements Par Minute, de Robin Campillo, Borg/McEnroe, de Janus Metz, Happy End, de Michael Haneke, o culto infame de Mother!, de Aronofsky, e ainda o insólito e divertidíssimo Three Bilboard Outside Ebbing, Missouri, de Martin McDonagh, The Florida Project, de Sean Baker, etc, etc.

Outra seção clássica, e incontornável do festival, é Horizontes Latinos, onde se encontra o melhor do cinema destas paragens. Isso significa que se poderá recuperar o perturbador Una Mujer Fantastica, do chileno Sebastián Lelio, com a incrível trans Daniela Vega, bem como a pequena obra-prima que é Arábia, da dupla brasileira Affonso Uchôa e João Dumans, já exibida no Indie, mas também o fascinante filme venezuelano La Familia, de Gustavo Rondón Córdova ou até o argentino La Temporada de Caza, da estreante Natalia Garagiola.

The Square

Mas há mais ainda para ver em San Sebastian. Como na secção Zabaltegi. E uma vez mais caindo num inevitável name dropping, teremos de mencionar a Palma de Ouro, The Square, de Ruben Ostlund, o longo e muito esclarecedor Ex Libris – The New York Public Library, de Frederik Weiseman, No Intenso Agora, do brasileiro João Moreira Salles, entre os novos filmes de Hong Sang-Soo (The Day Afyer) e Philippe Garrel (L’Amant D’un Jour).

E com isto não se mencionou o Culinary Cinema, onde se reunem propostas saborosas de um cinema que faz a ponte com os prazeres gastronómicos. Quase sempre, com propostas documentais bem interessantes. E ainda para os entusiastas de emoções fortes o Savage Cinema, em que o surf, o montanhismo ou os diversos tipos de esqui entre outros desportos radicais reinam.

Para o final, a secção que talvez nos irá tomar mai tempo – os Novos Realizadores, já que vamos participar no jurado Fedeora, a associação de crítica da Europa e Mediterrâneo, que escolherá o melhor deste filmes. Propostas que nos chegam da Dinamarca, Tailândia, China, Colômbia, Suécia, França…

Nos próximos 8 dias, a bandeira do cinema está hasteada em Donostia/San Sebastian. Sim, com muitos pinchos e cañas à mistura.

 

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