Sábado, Abril 20, 2024
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Cannes: Palmas para as Curtas!

Este ano foram escolhidos 9 filmes de 4843 candidatos, de todo o mundo desde a China, à Colômbia, ao Reino Unido, Grécia, França, Noruega, Finlândia, Suécia, Noruega e Irão. Não há muito espaço para surpresas no que esperar, já que 8 são de ficção e apenas uma se destaca sendo de animação.

Começamos a nossa Jornada acompanhados de um exilado da Palestina de nome Fatah que percorre as ruas de Atenas tentando sobreviver, mas pelo caminho há quem se tente aproveitar dele assim como há quem lhe transmita sabedoria. São 15 minutos de autodescoberta enquanto Fatah tenta arranjar algum dinheiro para viver mais um dia, A Drowning Man do realizador Mahdi Fleifel, que já ganhou dezenas de prémios internacionais graças aos seus documentários ou suas curtas como Shadi in the Beautiful Well ou Xenos.

Fiona Godivier (Deep Down, 2014) transporta-nos para Arizona com Across my Land, onde observamos uma família americana que vive ao pé da fronteira com o México. Enquanto a mãe assiste televisão com a filha, o pai e o filho preparam as armas para irem patrulhar ao longo da fronteira. Uma curta em conta com os dias actuais devido à situação problemática e polémica entre americanos e mexicanos.

Encontramo-nos agora isolados e perdidos numa floresta, em Damiana de Andrés Ramírez Pulido, ele que ganhou dois prémios internacionais em 2016 pela curta Edén. Um grupo de raparigas sob supervisão, um ambiente claustrofóbico e de hostilidade que sentimos à medida que o filme se adensa à nossa frente. Apesar deste ambiente, Damiana ainda tem esperanças de falar com o seu pai.

Mais conhecido por Uusi päivä (2010), Kimmo (2012), Teppo Airaksinen traz a Cannes a curta Katto (The Ceiling). Passando uma época difícil devido a um divórcio Olavi decide ir passar uns tempos à sua casa perto do Lago. O que ele não esperava é que o telhado de sua casa descesse ao ponto de ele não se conseguir pôr totalmente em pé, muito menos esperava gostar dessa sensação de se sentir confinado àquele pequeno espaço. O seu amigo Tuomas insiste para que resolvam o problema, mas é tarde de mais, Olavi já se habituou.

Koniec Widzenia (Time to Go) de Grzegorz MOŁDA é um conto sobre o amor vs fazer o que é correto. Após o seu namorado ser preso Martha precisa de decidir o que fazer. Manter-se ao lado do seu pai, ou fazer o que pode para ajudar o seu namorar a sair da prisão. Observamos o carinho dela pelo namorado nos seus encontros na prisão entre brincadeiras e sorrisos, mas será que amar é o suficiente?

Mergulhamos no sofrimento e aflição com Lunch Time, de Alireza Ghasemi (Frequency, 2016). Após o falecimento de sua mãe, uma rapariga de 16 anos dirige-se ao hospital para identificar a mãe. No entanto, devido à sua idade, não lhe permitem o acesso. Ela não tem mais família presente a não ser uma irmã ainda mais pequena. Após muito choro e insistência permitem-lhe a entrada na morgue. Uma curta que irá assolar os corações à medida que ganhamos afeto por esta rapariga.

Julia Thelin envolve-nos num manto de emoções adolescentes com Push It. Hedda esforça-se tentando alcançar o seu melhor, mas acaba sempre por falhar, enquanto Adam consegue sempre ir mais além. A construção de quem são e o que querem, os seus desejos e objectivos, e todo o suor que percorre o corpo enquanto dão tudo de si fisicamente e se puxam ao limite, tendo como background apenas o ginásio da escola. Ali, tudo acontece.

https://vimeo.com/213062613

Da China, temos Xiao Cheng Er Yue (A Gentle Night) de Qiu Yang, a história de uma mãe que procura incessantemente encontrar a sua filha desaparecida. Pela noite a dentro seguimos esta mãe pela cidade reluzente, numa ânsia constante sem nunca desistir da sua filha.

Para terminar temos a única curta de animação, Pépé Le Morse de Lucrèce Andreae (Les mots de la carpe, 2012). Uma família caminha pela praia, após o funeral do avô. A mãe berra, a avó reza, as irmãs falam de como tiraram fotos durante o funeral e não foram apanhadas, e Lucas está sozinho. A ventania como subtileza de suas raivas e tristezas interiores. A forma como cada um lida com a morte à sua maneira.

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