Sexta-feira, Abril 26, 2024
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Música do mundo para ver no IndieLisboa

Beatbox francês, punk rock inglês, pop japonês e até twerking: encontram-se diferentes sonoridades e estilos no IndieMusic, a secção do IndieLisboa que aponta a câmara para o universo musical. Grande antecipação para Oasis: Supersonic, o documentário sobre a mítica banda de Manchester.

Há sempre um espaço reservado para a música no IndieLisboa. É uma ligação imediata e natural: cinema e música. Se no ano passado houve Janis Joplin, Sharon Jones ou os portugueses Parkinsons, este ano há obras sobre o twerking, os revolucionários Sleaford Mods ou sobre os incontornáveis Oasis. São ao todo 14 documentários que celebram artistas e bandas de culto de todo o mundo. Nove destes têm um caráter extra-especial já que vão ser exibidos no terraço do Cineteatro Capitólio (oxalá o tempo não pregue nenhuma partida).

Duas referências britânicas estão em destaque. Oasis, a banda que marcou uma era, é o foco do documentário de Mat Whitecross. Em duas horas se conta a história do grupo de rock de Manchester, através de testemunhos íntimos e vários vídeos de bastidores. Tem como título Oasis: Supersonic, numa homenagem ao primeiro single lançado. Os outros brits alvo de retrospetiva são os Sleaford Mods. Eles que vão estar em solo português no NOS Primavera Sound, no Porto, em junho, chegam à capital projetados em Bunch of Kunst, um filme sobre aqueles que já foram apelidados pelo The Guardian como “a banda mais zangada do Reino Unido” e por Iggy Pop como “a melhor banda de rock and roll do mundo”. Um documentário que promete ser um retrato fiel do duo punk que se distingue pela evidente consciência política e social.

Eat That Question – Frank Zappa in His Own Words é outro dos filmes muito antecipados nesta edição do IndieLisboa. Realizado por Thorsten Schütte, é um trabalho que olha para o impacto deste músico, tão relevante no último século. Um retrato biográfico sobre o artista de Baltimore cuja obra musical não podia ser mais eclética, ainda que tenha sido no rock e no jazz que Frank Zappa mais se tenha destacado. Nisso e na sua genialidade enquanto guitarrista. É um documentário que vive de relatos na primeira pessoa, graças ao recurso a horas e horas de entrevistas e muito material de arquivo que aqui surge criteriosamente compilado.

Twerkumentary é, tal como o nome sugere, um documentário sobre o fenómeno do twerking. O movimento foi popularizado à escala global por Miley Cyrus, mas não é esse o centro deste filme realizado por Diana Manfredi que vai, na verdade, à procura das origens africanas que estão na base de tudo isto. Outro tipo de sonoridades chega também no departamento das curtas. Beatbox, boom bap autour du monde é um documentário do francês Pascal Tessaud sobre a história do beatbox, desde os seus primórdios até à chegada a Nova Iorque nos anos 80. Vai passar no dia 12, na Culturgest, de manhã, e no Capitólio, à noite.

A ligação da fotografia com o cinema e a música é outro dos temas presentes no festival de cinema independente. É, aliás, o mote para uma das Lisbon Talks – As Relações Entre o Cinema e a Fotografia, dia 12 de maio no Cinema S. Jorge. No IndieMusic esta simbiose é evidenciada com o documentário Shot! The Psycho-Spiritual Mantra of Rock sobre o icónico fotógrafo Mick Rock, que captou em imagens autênticas lendas como David Bowie, Blondie, Lou Reed, Queen, Pink Floyd, entre muitas outras. A longa-metragem é da autoria de Barnaby Clay.

E para provar que a programação não se foca apenas no ocidente, há duas obras que estão a despertar curiosos. Liberation Day mostra a primeira banda ocidental a atuar na Coreia do Norte. São os ex-jugoslavos Laibach. O caráter inédito da sua presença no país é o pretexto para falar de censura, política e, inevitavelmente, do conceito de propaganda. É um olhar para as diferenças culturais e um ambiente que por certo muitos ainda desconhecem. Também do outro lado do globo chega Tokyo Idols, sobre o fenómeno cultural que são as idol girls no Japão e a obsessão de homens de meia idade com estas mulheres – extremamente jovens e hiper sexualizadas – que se autointitulam de ídolos. Cantoras pop, com um estilo colegial, inseridas numa indústria que faz circular milhões e milhões de dólares por ano. É um dos ângulos possíveis para fotografar a sociedade japonesa contemporânea.

Estes são alguns destaques da secção IndieMusic, mais extensa e consultável no site do festival IndieLisboa, que acontece de 3 a 15 de maio, em Lisboa.

 

 

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