Quarta-feira, Abril 24, 2024
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Anna Kendrick: “Sou muito mais tímida na vida real”

Paulo Portugal, em Londres

Depois dos Globos de Ouro, acaba de ser nomeada para os prémios BAFTA (prestigiado galardão da indústria britânica). E poucos duvidam que será uma das eleitas para os Óscares. Depois de contracenar com Robert Pattinson em ‘Crepúsculo: Lua Nova’, tenta “despedir” George Clooney em ‘Nas Nuvens’. Falámos com esta revelação em Londres.

Como reagiu ao facto de saber que um realizador já nomeado para um Óscar (Jason Reitman) escrevera um papel especialmente a pensar em si?

Ainda bem que não me disse nada antes da minha audição, pois possivelmente teria ficado demasiado confiante. Só soube depois de conseguir o papel. Quando fomos almoçar e me revelou que pensara em mim ao escrever o guião, imagine como fiquei… Mas tentei fazer o meu ar mais blasé, como se isso fosse esperado… [risos]

Qual foi a cena que o Jason escolheu para o seu teste?

Foram duas cenas. Primeiro, aquela em que o George (Clooney) me pede para que o tente despedir; a outra foi também com a Vera (Farmiga), em que conversamos sobre o que esperamos dos homens.

O que gosta mais a atraiu na sua personagem?

Gosto do facto de ela ser assumidamente ambiciosa; gosto das tentativas que faz em mostrar-se forte quando na verdade não é. Há uma certa tendência para as mulheres serem suaves e submissas, mas gosto desse perfil enérgico. Ainda que, no início, possa aborrecer os espectadores.

Sente-se mais próxima desta mulher ambiciosa ou da estudante de ‘Crepúsculo: Lua Nova’?

A verdade é que sou muito mais tímida na vida real. Por isso, é bom ter a oportunidade de interpretar alguém que grita com o George Clooney. Ao mesmo tempo, também nunca fui o tipo de rapariga popular, nem ‘mean girl’ no liceu. Por isso, também não me posso relacionar com essa faceta de ‘Crepúsculo’. Mas acho que é por essa razão que entramos para esta profissão.

Pode dizer-se, ao menos, que é ambiciosa quando se trata da sua carreira?

Não. Quero ter sucesso, mas a ambição implica um desejo pro-activo de ‘ser melhor do que’… No meu caso, desde o primeiro dia que apenas quero fazer bons filmes. Não tenho qualquer trajectória de ter uma carreira definida.

No entanto, li na Wikipedia que aos dez anos fez os seus pais viajarem de Portland para fazer audições em Nova Iorque. Não me diga que não tem uma mente bastante decidida…

Sim, mas suponho que o objectivo é o trabalho. É verdade que eu sabia o que queria…

Mas, aos dez anos?!

Bem, tive a sorte de ter pais que sempre me apoiaram. Sei que quero trabalhar, mas não imagino exactamente o que posso esperar. Por exemplo, estar na passadeira vermelha no meio dos gritos dos fotógrafos pode ser divertido, mas não é seguramente isso que imaginamos aos sete anos…

Li também no Twitter…

On, não, lá vem o Twitter me amaldiçoar… [risos]

Lembro-me que falava em ‘red carpet madness’, era isso?

Sim, em Toronto (no festival, em Setembro passado) foi muito intenso também. Mas o pico da loucura foi quando fiz a promoção para ‘Crepúsculo’. Mas é claro que é diferente quando se é o protagonista…

O que sente ao fazer parte de toda esta loucura de adolescentes a gritar para as estrelas de ‘Crepúsculo’?

Para mim, isso não deixa de ser uma experiência e essa histeria acabará por ter algum significado. Mas, felizmente, tenho a opção de sair desse carrossel, ao passo que os protagonistas não têm.

É uma sorte então não ser a Kristen Stewart…

A sério, ela está a lidar com algo que muita gente nunca saberá o que é. Felizmente ela é tem maturidade suficiente para lidar com tudo isso, mas não deixo de me sentir afortunada por não ter de lidar com toda essa carga.

É interessante como, em pouco tempo, Anna contracenou com dois dos homens mais desejados do momento [George Clooney/Robert Pattinson]… Isso não é para todas.

Mas como não os vejo desse modo, é como ter primos com que as minhas amigas gostariam de dormir… É assustador! Toda a gente quer saber coisas sobre o meu primo bonzão e isso deixa-me louca (risos).

Não diga que não sentiu nada quando conheceu o George pela primeira vez…

É claro que não dá para não ficar um pouco sem jeito… É o homem mais charmoso do planeta. Por exemplo, cinco minutos depois de me conhecer já estava a fazer piadas sobre o meu cabelo…

A verdade é que poucas pessoas poderão dizer que tentaram despedir o George Clooney…

Despedir o George?! Ah, sim, a cena do filme. Sim, é verdade [risos]…

Como reage à sua possível nomeação para os Óscares. Isso aumenta a responsabilidade?

É algo inacreditável,devo dizer. São aquelas palavras que nunca esperamos ouvir. Mas é bom, porque significa que as pessoas gostaram de ver o filme ou gostarão de ir vê-lo. Se se falar mais e se as pessoas foram ver o filme isso é óptimo.

Mas este é , sem dúvida, um belo trabalho da sua parte.

Gosto imenso do filme e já me sinto satisfeita só por poder participar.

Iremos vê-la no quarto episódio da saga?

Não creio, pois a minha personagem não está no livro.

O George Clooney deve ser a pessoas que melhor lida com toda a histeria em redor das figuras públicas. Alguma vez lhe deu alguma dica?

Nunca falámos sobre isso, mas é bom ver uma pessoa tão famosa a experiente a ser tão carinhosa com as pessoas. Isso dá-nos alguma esperança: se o George Clooney pode ser carinhoso, então acho que não há desculpas para ser de diferente.

É também uma passageira frequente?

Sim, mas sou terrível. Aliás, estou sempre à espera de ser reconhecida no aeroporto por um segurança que irá comprovar que sou muito semelhante à minha personagem no filme. Acho que quando accionar o alarme alguém se vai lembrar que sou ‘aquela rapariga do ‘Nas Nuvens”…

PERFIL

Aos 24 anos, este jovem de Portland confirma o talento de actriz inteligente e, seguramente, uma das que mais rápido fala. Uma qualidade bem patente em ‘Rocket Science’ (2007), o filme em que o realizador Jaosn Reitman a descobriu. Depois de ‘Crepúsculo – Lua Nova’ (2009) e ‘Nas Nuvens’ (2010), vê-la-emos ainda este ano em ‘Eclipse’, na sequência da franchise ‘Crepúsculo’ e ainda nas comédias ‘Scott Pilgrim vs. The World’ e ‘I’m With Cancer’.

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